terça-feira, 7 de julho de 2009

As Outras Faces de Burle Marx

Em quatro de agosto o maior paisagista brasileiro estaria completando cem anos. Um homem que revolucionou a arte de plantar, que transformou o cenário da paisagem não só no Brasil como mundo afora. Antes de brincar com as plantas, o que fazia desde criança, ele soube entende-las e perceber sua real beleza, resultado este que podemos apreciar também aqui nos jardins da unidade de Barra Mansa. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é que Burle Marx tinha outros olhares, diferentes percepções do universo artístico. Ele imprimiu seu talento na musica, na tapeçaria, nas jóias, no teatro, na pintura e até mesmo na culinária.

Antes de qualquer pessoa falar sobre o desmatamento da floresta amazônica, ele já levantava a bandeira da preservação e conservação dos ecossistemas deste grande produtor que é o Brasil. Seu olhar antevia o que hoje se torna imprescindível para a manutenção da vida de todas as espécies neste planeta. O grande artista conseguiu em meados do século passado, perceber o destino do grande pulmão da terra.

“Racionalizar e disciplinar o mais possível todo projeto na área, seja de ocupação ou referente à abertura de uma estrada. Cada projeto deve ser sempre acompanhado por uma equipe de técnicos em silvicultura e botânicos. É preciso defender com unhas e dentes a ecologia da região. Partir para o desmatamento indiscriminado é abrir caminho para a desertificação. É preciso lembrar que as florestas são grandes retentoras das águas das chuvas. Sua destruição implicará uma vazão mais rápida dessas águas, agravando o problema das enchentes. Nas regiões desmatadas, os rios afinam na estiagem, para engrossar subitamente por causa das chuvas fortes em suas cabeceiras e curso médio. Por isso, a destruição da cobertura vegetal, na Amazônia, ao mesmo tempo que reduziria o volume normal dos rios, aumentaria a violência das cheias, para desespero das populações ribeirinhas”. Roberto Burle Marx. 1973.

O Sesc hoje desenvolve um projeto inspirado neste legado do artista, focado para uma questão primordial dentro do imenso leque que abarca o chamado MEIO AMBIENTE. Nunca conseguiremos tratar ou reparar o meio externo sem antes darmos conta de nosso meio interno. È preciso cuidar do interior dos seres humanos, dos meios sociais em que ele esta inserido, das pequenas transformações ao seu redor e, ai sim, darmos conta da imensidão dos ecossistemas que nos cercam. Não existe a mínima chance de despoluirmos o Rio Paraíba do Sul, sem antes educarmos a população para que não aumentemos o nível de degradação do nosso rio. Apresentamos então as outras faces de Roberto Burle Marx, nosso grande inspirador nesta tentativa de mudança comportamental dos freqüentadores da unidade e de toda a vizinhança.

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